Por Regina Racco

Estou escrevendo a matéria dessa semana em Belo Horizonte, onde estou ministrando uma série de cursos na Maison Du Banho. É sempre muito bom para mim, estar aqui, onde a hospitalidade do povo sempre me alegra e comove. E estar cercada por mulheres lindas e sensuais nos cursos não é obrigação, é prazer.

Esse é um bom momento para falar do assunto que desejo abordar: A nossa criança interior. E o quanto esse conhecimento e o controle sobre ela pode nos tornar ainda mais felizes. Digo que o momento é propicio porque nós mulheres, somos as que mais se beneficiam da presença de nossa criança. Quando queremos podemos ser brejeiras, inocentes, teimosas, de uma forma bem infantil, que leva o homem ao delírio.

A inocência é uma potente arma de sedução e nós mulheres sabemos como ninguém sermos sedutoras.

Mas a criança interna, que habita cada um de nós,alem disso nos permite uma renovação constante em nossa energia.

Ignorar essa faceta da alma humana, não faz com que a pessoa que o incrédulo deixe de ter a sua criança. Ela está lá, abandonada em uma prateleira empoeirada de seu subconsciente, e se não tem atenção, não deixa de existir por isso, ao contrário reage exatamente como qualquer criança, aprontando das suas, em momentos bastante impróprios.

Quem nunca viveu a situação constrangedora de ter perdido a calma e aprontado uma enorme criancice quando menos deveria?

Uma vez, falando sobre isso em um grupo, alguém confessou timidamente ter posto sal no café de seu chefe. Aquilo soou como um sinal e todos os presentes rindo, entraram em uma confissão coletiva e o que saiu foi realmente espantoso, arrancando o riso dos presentes. Desde de jogar água nos carros, da varanda de uma cobertura. Roubar flores equilibrando-se sobre um muro estreito. Fazer caretas para professores chatos. Escrever desabafos sobre a vida sexual do patrão na parede do banheiro e outras pérolas do gênero.

Lembrei-me de um dia em que almoçava com um amigo, ilustre Juiz de Direito e sua esposa em um restaurante no centro do Rio de Janeiro.

Ele havia exposto sua opinião sobre um determinado assunto e sua esposa não concordou. Irritado ele encerrou o assunto bruscamente com uma frase realmente inquestionável.]

- Chega! É assim que penso e nada vai mudar meu ponto de vista! Seguido de um bico de menino aborrecido

Olhei para ele, calada (é claro!) e imediatamente o imaginei batendo os pés no chão.

Era o menino e não o Juiz que falara.

Assim acontece em nossa vida, quando não estamos no controle. E tenho certeza que todos temos episódios parecidos para contar. É normal. Mas o melhor é que quando estamos no controle a nossa porção criança nos traz imensa alegria.

O homem que deixa seu menino aparecer em situações especiais dota um amante daquele ar infantil que imediatamente desperta o instinto de proteção das mulheres. Alem do mais, alegria, vigor, espírito de aventura, se tornam acentuados no homem que sabe deixar o menino falar.

A mulher, já disse acima, se torna uma amante avassaladora, sensual e inocente, alegre e brincalhona.

Alegria e brincadeira são ingredientes fantásticos para aumentar o desejo e tornar o amor muito mais atraente.

Deixe livre (liberdade vigiada!) a sua criança interior e perceba que sua vida passará a ter muito mais cor e sabor.

A nossa criança nos protege contra o negativismo e a velhice precoce e nos faz viver mais intensamente.

Por Regina Racco que é shiatsuterapeuta e trabalha com a técnica de Pompoarismo para mulheres e homens desde 1993.
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