Por Regina Racco

Dentre os e-mails que recebo diariamente, selecionei este para responder através dessa coluna, porque acredito que esse assunto irá interessar a muitos, mulheres e homens, porque alguns já viveram essa situação ou viverão em breve. O texto desse e-mail dizia o seguinte: "Regina, tive um bebê recentemente (dois meses) e estou me sentindo sem ânimo em recomeçar minha vida sexual. Meu parto foi normal e eu treino pompoarismo já há bastante tempo. Sei que minha musculatura está refeita e fisicamente estou ótima, mas emocionalmente não. Desde que nosso filho nasceu, meu marido me trata com uma certa frieza. Não me trata mal, nós dois queríamos o bebê, mas ele se mantém afastado, é estranho, o que devo fazer? Amo meu marido."

O assunto é complexo. Já me deparei com situações assim e posso garantir que, para quem está vivendo, torna-se um verdadeiro drama. É tudo confuso mesmo porque, se de um lado pai e mãe estão felizes com a chegada do filho, por outro lado tem todo um tempo de adaptação que requer de ambos muita paciência. A mamãe tem que estar ao lado do filho, cobrindo-o com carinho e atenção e, nesse momento, o homem, por mais apaixonado que esteja pelo filho, assim meio que inconscientemente, acaba por sentir-se relegado à um segundo plano, sente uma sensação estranha de rejeição e se afasta, vivendo esse momento que deveria ser de presença assim meio que de lado.

Bem, se você está vivendo algo assim, saiba que passa. Naturalmente as coisas voltarão não ao que era antes - porque a realidade hoje é outra -, mas a uma nova realidade cheia de encanto e magia. Existe um bebê em casa, e ambos, pai e mãe, vão se apaixonar mais a cada dia por ele. O amor de vocês também vai crescer, e vocês irão fazer realmente uma família amante e carinhosa. Enquanto parceiros, sexualmente, nesse início, aconselho muito carinho, compreensão um com o outro. Talvez vocês sejam interrompidos algumas vezes. O novo morador pode chorar e exigir atenção. Calma, papai! Não é nada pessoal ;-) .

Talvez pareça que sua esposa não está prestando atenção a você, e isso pode ser mesmo verdade, mas ela ainda está tentando aprender a lidar com a situação. Cabe a você, homem, ajudá-la nisso. O filho é dos dois, nunca se esqueça disso. Ele precisa da atenção dos dois. Ele não é seu rival nem veio para dividir a atenção de sua esposa. Você, mulher, esteja atenta. Agora você terá mais um grande amor para dar a atenção devida... Ele ainda é pequenino, mas sua presença é forte e definitiva.

Na parte sexual, ela me diz que já pratica os exercícios de pompoarismo. Ótimo, poderá ficar segura e confiante porque sua musculatura vaginal com certeza absoluta já voltou ao normal. Mas mesmo que ela não fosse uma pompoarista, reservando-se a diferença natural no fortalecimento muscular, a natureza é sábia e o corpo retorna ao que era antes do parto, pode levar um pouco mais de tempo, mas retorna. Importa muito para a mulher sentir-se amada e desejada. Muitos homens realmente enfrentam uma certa dificuldade.

Conversei recentemente com um homem que me confidenciou ter tido dificuldade quando nasceu sua filha. Era como se visse sua esposa com outros olhos. Agora ela era mãe, um ser sagrado. Conversamos muito e depois disso ele me telefonou dizendo que havia procurado o auxílio de um psicólogo e que já estava tudo bem. Mãe, sagrada, sim, mas nunca Menos mulher! Nesse momento, quanto mais namorar, melhor. Cortejá-la, presenteá-la com flores, atenção, carinho e desejo. Sim! Mostrar o quanto é desejada e assim, com certeza, logo vocês estarão vivendo em completa paz e harmonia. Papai, mamãe e aquele ser que pesa apenas 4 quilos, mas que mobiliza a atenção de toda uma família de adultos bobões e absolutamente apaixonados por ele!

Por Regina Racco que é shiatsuterapeuta e trabalha com a técnica de Pompoarismo para mulheres e homens desde 1993.
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