Bom Dia, estranho!
Por Regina Racco
Acontece assim, meio que sem querer. Tantos dias sucedendo a tantas noites, isso por semanas, meses... Anos! A vida é longa, afazeres, muitos e nosso tempo, pouco. Não damos atenção para o que realmente importa. Desperdiçamos muito, desperdiçamos demais:
-Será que a Maricotinha se casa com o Romeu ? O Ivan será preso? Que sacanagem fizeram com a pobre Zuleika! (novela das oito, nove nem sei...)
Isso é diversão! Você irá me gritar, irritada (o)! Sei bem que é. EU sei. Mas já seu subconsciente... E ao longo do dia, os dramas, sustos, medos, terrores dos personagens vão e vem, ocupando espaço em sua mente. Surpreendo-me às vezes acessando sites atrás de notícias reais, até quem não acompanha as novelas não consegue ficar alheio aos dramas e notícias dos pobres mocinhos, dos temidos vilões. Quantas vezes, assustada, já me peguei acompanhando uma notícia até perceber que se tratava de ficção!
Citei esses exemplos, não com o intuito de falar mal das novelas ou apregoar que não devemos assistir, mas para mostrar que o que não falta dentro de nosso dia são motivos para ocupar nossa mente em detrimento de assuntos deveras importantes, como por exemplo, tentar descobrir quem era aquele estranho que acordou do seu lado hoje, na cama! Lembrava vagamente alguém, talvez alguém que você tenha conhecido a longo, longo tempo... Mas aquela barriga... Não. Definitivamente você não o conhece, melhor descobrir o que fazia em sua cama e colocá-lo para correr.
E você, amigo, quem sabe esteja vivendo drama semelhante. Talvez sua mente esteja tão cheia de assuntos todos tão importantes, que sinta dificuldade em priorizá-los. Assim, alguns aspectos de sua vida, que deveriam ser igualmente importantes, se quedam lá embaixo de uma grande pilha, no armário abarrotado que se transformou a sua mente e você se encontra neste momento, assustado, porque havia uma mulher absolutamente estranha deitada ao seu lado, nesta manhã!
Estranhos, estranhos... Convivem conosco, comem conosco, até fazemos sexo com eles! Uma coisa é certa: Já não foram tão estranhos assim. Já nos foram caros, assim como éramos igualmente importantes para eles. Então como isso aconteceu? Em que momento deixamos que pessoas tão amadas se transformassem assim?
Eu poderia escrever quinhentas páginas, todo um tratado descrevendo passo a passo como isso aconteceu, mas prefiro em poucas linhas fazer mais: Sinalizar o caminho de volta. Ainda há tempo. Permita-se resgatar essa relação. Permita-se enxergar através daquele estranho o seu namorado, o homem que fazia bater forte o seu coração. É ele, ele mesmo, basta querer olhar, tocar, acariciar! Permita-se amigo, enxergar aquela garota linda pela qual você se apaixonou. Seus olhos estão tão magoados que o olham friamente. Acredite: É ela. Toque-a, fale, acaricie. Dispam-se daquelas velhas razões que só servem para atrapalhar o reencontro. Joguem fora as mágoas. Vocês se magoaram mutuamente, portanto perdoem-se mutuamente! Só depende de cada um essa transformação. E vale à pena! Sempre vale. Basta entender que se apesar de tanto descuido, tanto abandono, ainda estão juntos, é porque tem muito mais dentro de vocês, do que conseguem perceber. Há fogo embaixo destas cinzas, basta remexer, reacender. Façam isso. Priorizem-se, não há nada mais importante, reconheçam isso e resgatem o que verdadeiramente vale à pena! Estranhos na cama? Nunca mais!
Regina Racco é Terapeuta Corporal e professora de pompoarismo, trabalha com a técnica de fortalecimento muscular genital pompoar desde 1991.
www.pompoarte.com.br
www.gluteneobesidade.com.br
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