Por Regina Racco

"-O que gostaria mesmo era poder contratar um bando de motoqueiros para invadir a igreja. Não posso, não devo. Ao contrário, escrevo uma apressada mensagem e anexo ao presente. Afinal, continuamos amigos depois de terminado o namoro. Olhei o rosto preocupado de minha irmã, encarregada de entregar o presente, ela nada disse, sabia que eu estava sofrendo. Sorri meio amarelo... agora o que devo fazer?"

O texto acima faz parte de um e-mail que recebi. Nele, minha leitora fala do desespero de saber do casamento de seu ex-namorado. Pior, ter que, de certo modo, estar presente através de um presente, uma mensagem, porque, afinal, a amizade sobreviveu ao fim do namoro. Sinceramente? Não sei o que é melhor. Talvez minha amiga devesse ter se afastado e procurado viver a sua vida, conquistando seu espaço e dando chance a novos relacionamentos.

É isso que a aconselho a fazer de hoje em diante e, é isso que aconselho a todos que vivem situações semelhantes. Não devemos perder nosso tempo com quem não nos ama! Conheço um ditado que se encaixa perfeitamente nessa situação: “- Quem não me ama, não me merece! Certo?” Certíssimo, acredite, não há nada mais inútil do que amar sozinha, é patético e sofrido.

Eu sei o quanto é difícil esquecer um amor, a mágoa fazendo doer o peito, a lembrança de um passado de carinhos, ternura, a vontade enorme de viver tudo novamente... O fim, que em muitos casos vem junto com brigas e um desgosto muito grande que acaba nos fazendo esquecer tudo de bom que vivemos e somente lembrar das coisas ruins. Continuam, em alguns casos, como o da minha leitora, amigos, mas será que dói menos? Talvez doa até mais.

Ela viu seu amor firmar compromisso com outra, marcar casamento, chegar o dia, afinal, e comprou presente, escreveu mensagem... Será que essa proximidade valeu a pena? Talvez, sim, não sou a dona da verdade. Talvez, para ela, tenha servido para aquietar seu coração, entendendo, que chegou o fim, que ele está em outra. Agora casado, ela buscará novos horizontes, se abrirá para novas experiências e desejo que logo permita que, finalmente, o sol volte a habitar seu coração.

Temos obrigação de gostar de nós mesmos, temos obrigação de procurarmos a felicidade e, se não o fazemos, ninguém poderá fazê-lo por nós, por mais que essas pessoas nos amem. Em nosso coração, está a chave para abrirmos novas portas, não devemos nunca desperdiçar essa oportunidade, e para usarmos essa chave basta decidirmos seguir à diante. Tenho certeza de que logo a felicidade chegará, e ela terá outro nome e outro endereço, terá a referência de novas músicas, novos encontros em fins de tardes, novos convites para o cinema e cheiro de pipoca, gosto de sorvete...

Isso é viver. Estar sempre aberto ao novo... É essa a mensagem que tenho para todos aqueles que vivem situações semelhantes. Esquecer definitivamente o passado e aceitar o futuro que nos aguarda, ansioso por presentear-nos com tudo a que temos direito. Ao abrir nosso coração, deixaremos que um novo amor entre e que uma nova história seja escrita. É importante entendermos que merecemos cada momento de felicidade que conquistamos!

Por Regina Racco que é shiatsuterapeuta e trabalha com a técnica de Pompoarismo para mulheres e homens desde 1993.
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