Por Claudia Nunes

Nesta semana fiquei fazendo uma retrospectiva do tempo; tempo que foi, tempo da hora e tempo que virá...
Perdemos tempo com coisas que não valem a pena, ganhamos com outras, mas a experiência de tudo o que passamos é inegável. Sei que em vários momentos, ainda vacilamos nas mesmas situações, acomodados no prazer passageiro, mas somos humanos e faz parte do show.

Vou confessar algo que a maioria prefere esconder: Já estou chegando aos quarenta anos, e sempre escutei minha mãe falar que a vida começa aos quarenta. Para a Alcione, a Marrom, é a idade da loba... Títulos à parte, o que interessa é que algo mudou em mim, ainda não sei explicar bem onde.

Parece bobeira, mas vejo a vida de maneira diferente, sinto coisas novas e tenho mais compreensão das coisas que antes considerava inaceitável. Hoje, apesar da idade acredito que o tempo está a meu favor, não desespero, e tenho mais esperança em mim e no próximo. Sou mais cúmplice e apreciadora da minha própria vida.

O amor, começo a ver e sentir de outra forma, mais segura. Posso até dizer que estou com o gosto mais refinado que antigamente. O acúmulo de anos traz experiências inenarráveis.

Vejo a vida pública e privada mais tranqüilamente, e enfim, posso dizer que estou zen com a vida.
Hoje tenho poucos e seletos amigos; até para comer e beber sou uma nova mulher.

A família vai bem obrigada. O mais interessante é que a vida sempre me cutuca e me passa uma rasteira, porém acho muito interessante essa situação. Não creio que tudo que dá errado seja uma implicância Divina com a minha pessoa e sim uma questão de escolha errada na hora errada.
Não me arrependo de nada, só sinto ter perdido lances por vacilar ou temer que algo desse errado, mas nada é completamente certo mesmo. Acredito que ninguém pode fazer outro alguém feliz, pois felicidade é muito pessoal e só depende de nós mesmos.

Durante a vida vários amores, mas só um ficou aqui dentro inabalável. Morreram amigos e os guardo bem aqui dentro para que nos reencontremos ou lá em cima ou na próxima.
Ainda não sei dizer se isso é a tal maturidade... Só sei que me rendi à vida.
Posso dizer com segurança do que gosto e do que não gosto, enfim sigo em frente com uma filosofia tipo: “Seja quente, ou seja, frio, mas não seja morno que eu te vomito”.

Para vocês todo o amor que houver nessa vida e um pouco de Gabriel Garcia Marques: “A vida não é a que a gente viveu, e sim a que a gente recorda, e como recorda”.

T+ e kisses.

Claudia Nunes