Por Isabela Fani

O amor é o sentimento mais nobre que alguém pode sentir, é algo que não acontece todos os dias em nossas vidas, sem ele, o existir perde todo o sentido e não se consegue viver bem.

Recebi um e-mail de uma antiga leitora, pedindo para que lhe desse conselhos sobre viver um amor proibido, que ela namora escondido um homem divorciado que é bem mais velho. Que está tão apaixonada e que por causa disso pensou em “jogar tudo para o alto”, deixar família, abandonar o emprego, ignorar os amigos e fugir para viver essa paixão, viver para ele; se tudo dependesse dela...

Para tudo na vida há o ônus e o bônus, você ganha de um lado e perde do outro, as escolhas levam a isso.

Penso que o primeiro passo é definir se o que você e a pessoa querem é a mesma coisa, às vezes uma das partes está namorando e a outra só se divertindo; se é só atração, então, qual é o tipo de pessoa que você está se relacionando? Se é para casar; se é para passar o tempo; se você está em primeiro plano; se é somente para se divertir; se é o tipo que te promete mil coisas, te ilude e não assume nada de concreto... É bem estranho pensar que em 2014, ainda existam pessoas vivendo dessa maneira, com medo, como se amar fosse um erro, como se o amor acontecesse por cada esquina que nós passamos, eu sinceramente não consigo entender.

Amar é difícil sim, embora seja a melhor coisa do mundo, ainda mais se você for correspondida, assim penso eu que sou passional; mas exige tempo para conhecer o outro, coragem, companheirismo, responsabilidade... mas as coisas têm que ficar claras quando se está num relacionamento, as coisas não só são flores, o príncipe tem chulé, unha encravada, a princesa tem rugas e cabelos brancos, esse tipo de coisas... Pessoas maduras fazem isso e o que deve ficar mais claro ainda: AMOR NÃO ACONTECE A TODO MOMENTO EM NOSSAS VIDAS E NÃO OCORRE MUITAS VEZES, por isso trate de dar valor!

Pense bem se vai continuar ou parar por aqui... sou a favor da insistência quando as pessoas têm o mesmo foco e valem à pena. O diálogo e o respeito fazem milagres, mesmo sendo diferentes até porque ninguém é igual, não dá para atender e preencher a todas as expectativas do outro, se você só disser sim a tudo, daqui a pouco estará tendo crise de identidade. Esse também não é o caminho.

À medida que vamos envelhecendo vamos nos tornando mais e mais exigentes, você amadurece e começa a a se interrogar: - Por que eu ficaria ao lado dessa pessoa? Eu teria um amor verdadeiro? Eu seria amada? Mais do que isso: eu seria aceita? Eu poderia fazer essa pessoa feliz e vice-versa? Eu consigo aceitar essas diferenças? E o outro como lida nos aspectos em que somos diferentes? Me trata bem e com carinho? Pede desculpas depois de uma briga? Ele tem o pavio curta? Fala palavrões e é grosso? Como lida diante das dificuldades e problemas? É educado, paciente e dialoga bem?

É estranho aqui, mas confesso que tenho uma amiga vegetariana que desistiu de se casar com um rapaz porque ele comia carne e ela não suportava isso. E um outro conhecido que desistiu da namorada porque ela odiava a moto dele, coisas desse tipo também acontecem...

O amor nos torna pessoas melhores e desperta nosso melhor lado. Sentir esse tipo de afeto pelo outro limita a solidão, que se faz cada vez mais presente, estamos conectados nas redes sociais e mais solitários, medrosos, deprimidos e sem amor.

Penso que a leitora esteja vivendo uma paixão do tipo avassaladora, dessas em que perdemos o sono, não respiramos direito, um dia sem saber notícias da pessoa, sem um bom dia e parece que vamos morrer e que é o fim do mundo!

Amar é diferente de sentir paixão, isso porque os apaixonados não medem as consequências dos seus atos para ficarem juntos e agem pelo impulso. Contudo, o amor é paciente, sabe aquele amigo que dá em cima de você e você finge que não está entendendo, fica “enrolando”, mas ele sempre está por ali? Então, ele sabe esperar, não quer só te levar para cama, como se você fosse só mais uma, isso é uma grande qualidade e isso é amor. Quem ama sabe esperar porque não tem um prazo de validade estipulado. Encontrar esse tipo de amor está cada vez mais raro.

Quando nos envolvemos com alguém, esse relacionamento pode ser considerado proibido, principalmente quando ambas as famílias não aceitam; a religião; quando a sociedade impõe regras preconceituosas e que generalizam tudo, cuidado com as pessoas que generalizam tudo, não são seres pensantes e não enxergam as exceções, aquela pepita de ouro misturada à lama que necessita de um olhar meticuloso para encontrá-la, então, essa pessoa nunca enxergará essa joia, só a sujeira, só o superficial, a lama. Por que pessoas mais velhas não podem se relacionar com pessoas mais novas? Por que as pessoas não podem se amar? Por que não pode haver amor entre pessoas do mesmo sexo? Por que eu não posso me relacionar com alguém de classe social diferente da minha? Parece coisa típica de séculos passados, mas esse tipo de situação ainda existe hoje.

A história de Romeu e Julieta se repete e mostra que o mundo não evoluiu quando o assunto é aceitar as diferenças diante de um amor; ainda há muitos suicídios em nome de amores proibidos, mortes que poderiam ser evitadas se as pessoas tivessem mais coragem de ser quem elas são e o que elas realmente querem, o que de fato amam e necessitam.

Bom, lembrar que o silêncio e a ausência são as formas mais fáceis de se enlouquecer uma pessoa, porque ela fica sem referências, sem respostas, sentindo-se perdida em seus próprios pensamentos, sem ter uma negação ou uma confirmação. Portanto, trata-se de uma enorme covardia usar desta "arma" da comunicação paralidar com alguém a quem se ama, pelo menos supostamente. Duas pessoas precisam dialogar para se entenderem. Se isso não acontece, a tendência é que ao menos uma delas se sinta completamente sem norte!

 Em seguida, mas somente quando se sentir seguro o bastante do que deseja, deixe bem claro ao outro que seu limite está chegando ao fim e de que, embora goste muito dele e queira muito manter essa relação, precisa da participação contundente dele. Caso contrário, pretende desistir do relacionamento e tentar recomeçar.

Não se esqueça de falar direta e objetivamente sobre o que quer. Casar? Ter filhos? Usar aliança? Morar junto? Não sei... descubra exatamente o que você deseja e informe o outro, assumindo seus sonhos sem medo de parecer cafona ou antiquado, aqui vale o que você quer. É sobre sua vida e ela não tem preço, você tem o seu valor, seu futuro e sua felicidade que estamos falando e se nem você mesmo souber o que deseja, será difícil convencer o Universo de que você merece tudo isso!

Agora sim, estabeleça um tempo-limite para que o outro se coloque, assuma ou desista categoricamente desta relação. Enfim, para que o deixe saber o que ele realmente pretende, sem ficar lhe enrolando indefinidamente e fazendo você perder tempo investindo neste encontro. Mas não precisa contar sobre esse limite para o outro. É uma decisão sua, que não deve ser compartilhada por uma razão óbvia: caso essa data chegue e você não se sinta pronto para colocar um ponto final nesta história, poderá estabelecer uma nova data limite. Isso evita que você fale e volte atrás, perdendo sua credibilidade e deixando o outro acreditar que você promete que vai terminar, mas na hora "h", não cumpre.

E assim, consciente do que quer e se sentindo seguro quanto ao que merece da vida, assuma-se e pare de esperar pelas respostas do outro, que vem mostrando tempos que não se importa com suas perguntas! Lembre-se: A MAIOR RESPONSABILIDADE PELA REALIZAÇÃO DOS SEUS DESEJOS É, FELIZMENTE, SUA! Você pode fazer acontecer. Boa sorte, que você encontre aquilo que tanto procura! Seja Feliz!

Depois de sete anos longe do site oclick, retorno com muito prazer, estava com muita saudade. Sou graduada em Letras, Especialista em Educação Infantil (linguagem) e em Língua Portuguesa, mas minha paixão é a Língua Inglesa por questão de afinidade... e escrever, expor o que é bom, opinar, elogiar e alfinetar, afinal, escrever é preciso!