Combogó, Cobogol ou Cobogow?
Por Claudio de Landa
Você já ouviu falar que tudo que é moda e tem qualidade volta um dia a ser moda? Isso acontece com a calça jeans, com os penteados, com os sapatos e com arquitetura também. Na arquitetura, na decoração e na moda, costumamos chamar este release de Vintage; falaremos nisso na próxima oportunidade.
Sucesso nos anos 1950 e 1960, os cobogós voltaram com força total. O nome pode causar estranheza, mas é provável que todo brasileiro já tenha visto um. O cobogó surgiu em Recife, na década de 1930, quando Amadeu Oliveira Coimbra, Ernest August Boeckmann e Antônio de Góis, sócios numa fábrica de tijolos, tentavam criar algo capaz de aliviar as altas temperaturas nordestinas. Assim, projetaram na época um elemento vazado de concreto que permitia circulação de ar e de luz. O nome, por sua vez, veio da junção dos sobrenomes dos autores
Pelo nome muita gente deve estar pensando que nunca ouviu falar, mas tenho certeza que todos já viram este elemento vazado em edificações da época.
Adotado por Oscar Niemeyer, Lucio Costa e os `Modernistas` o cobogó virou febre no Brasil, mas com o tempo caiu em desuso.
Usado como fechamento nas fachadas tendo sua função intermediária entre a parede fechada e o vidro, o cobogó permite uma ventilação permanente e uma sombra rendada que deixa a luz entrar suavemente decorando qualquer ambiente.
Há muitas opções de materiais e formatos destes elementos vazados hoje em dia. Em concreto para ser pintado, em louça para dar um brilho extra, em barro para dar um tom avermelhado...
Não há regras no uso de cobogós, mas é preciso bom senso para conseguir um visual harmonioso. Basicamente é preciso saber o que cada ambiente pede. O efeito que desejamos deve ser levado em consideração: mais ventilação, mais iluminação natural, privacidade ou permeabilidade. Se o ambiente não permite alguns desses efeitos, opções mistas são preferíveis.
O impacto é certo quando usado em grandes painéis para reforçar o efeito do sombreado e demarcar a fachada ou ambiente. O cobogó não tem a mesma resistência estrutural que o bloco de concreto ou tijolo e não deve ser usado como base de apoio e sim como alvenaria de fechamento, sem função estrutural.
Se você está construindo ou reformando e quer separar sutilmente dois ambientes tá aqui uma bela opção: use um grande painel de elemento vazado, ali deixará de ser uma parede e virará uma obra de arte. Para a fachada, utilize os grandes panos de elemento vazado para destacar elementos verticais e horizontais pois além de garantir a ventilação para os devidos ambientes você não perderá a privacidade.
Claudio de Landa é arquiteto e urbanista pela UFMG, atuante na área em escritório próprio desde 1996, atualmente investindo nas inovações de produtos e revestimentos voltados para decoração com a Boutique Ideal Home Concept.
Escritorio: 3217-8567/ clanda_arq@yahoo.com.br
Ideal H.C.: 3236-3219/ ideal.hc.432@gmail.com
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