Por Luiza de Azevedo Ricotta

Crise. Esta palavra tem sido muito vista, lida e ouvida em todos os veículos de mídia, bombardeando-nos de mais crise. Não temos tido escapatória, temos que encarar. E assim, você sai para fazer algo no trabalho, numa reunião, na escola dos filhos, no banco, na padaria, e o comentário é: “A crise”. Naturalmente que não ignorando. Mas também é desnecessário reproduzir em nossas falas, no comportamento e no sentido de sua vida aquilo que somente você pode gerir e cuidar. Da minha vida cuido eu, portanto, devo ter um meio de viver esse momento que não seja esse advindo do constante bombardeio que a mídia em massa nos aponta.

Mas você está em crise moral? Por acaso está em crise de ideias? E quanto à criatividade para encontrar saídas para aqueles desafios diários, também falta de oportunidades?

Se não der para ir perto de casa de carro por causa da crise, para ir a ? Afinal, deixar o carro um dia ou dois na garagem quando você sai por perto do seu bairro não tem necessariamente a ver com estar bloqueado, ao contrário. Se liberdade, se condições de fazer o que quer que seja, desde que seja feito com base nas condições e nos recursos de que se dispõe. Isso é dar a si e aos seus as condições que o seu modo de vida tem no momento.

Vai assumir um novo trabalho e tem muita expectativa com relação ao futuro? O filho cresceu e decidiu fazer uma faculdade diferente da esperada, a filha foi morar em outra cidade? Desligou-se de um local onde trabalhava havia muitos anos?  Sim, mudanças ocorrem e elas serão crescentes na vida de todos. Independentemente da crise global, muitas vezes somos nós que nos encontramos desencontrados. E lhe pergunto: o mundo para por isso?

O contrário deveria ser uma prática. Se necessidade de fazer ajustes, pois que então os faça, à sua maneira. São essas oportunidades que temos para fazer a nossa vida acontecer “diferente”. E se as mudanças levarem você a ter mais tempo, ler o que gosta, conversar com pessoas, essa tal crise pode  propiciar mais encontro do que medo, distanciamento e isolamento. Fazer café ou chá em casa é gostoso e agradável e mais ainda se estiver na companhia de pessoas agradáveis, pois isso chamará uma boa prosa. Totalmente diferente de tomar um café com pessoas ou sozinho pagando caro por isso e fora da sua casa. Esse é o sentido da vida agora: dar novos significados e níveis de importância a tarefas e ações que talvez estivessem esquecidas e que, neste momento, podem ser retomadas. 

Reveja suas atitudes e o direcionamento diante da realidade

Escolha o que é importante para você viver, mas o que realmente é essencial. Até as atitudes que há tempos você não pratica. Então perceberá que não há crise na sua casa, pois você se alimenta do necessário, tem amigos na medida certa, nem mais, nem menos. Passa a cultivar horas com filhos e marido e esposa para coisas naturais, como ouvir música na sala, tirá-la para dançar, escolher um filme e assistir juntinho, dormir gostoso... Enfim, se essas coisas não perdem o sentido e a prática em seu viver, você está distanciado dessa energia de crise espalhada e reproduzida como mensagem de massa.

Pergunte-se: será que você precisa se massificar, agir de forma a reproduzir o teor do que reverberam, passando para outros o mesmo clima de instabilidade, medo, horror, pavor, insegurança, paralisação? Atuando como quem é conduzido, sendo que o que o diferencia na vida particular são as atitudes e o direcionamento que você pode conduzir diante da percepção da realidade econômica e social sofrida que vivemos. Mas pensou como pode auxiliar? Fazendo por você e pelos seus, certamente você estará aprendendo, e muito.

Não há necessidade realmente de você se perder nas notícias e no tamanho da crise que mostram, o ponto em questão é se você pensa, reflete e pode agir diante da sua vida de forma própria. Viva a sua condição! Você é do bem, honesta, generosa, e pode – e deve – procurar ser feliz!

Luiza Ricotta

Psicóloga, Consultora em Desenvolvimento Profissional e Pessoal. Coaching. Mestre pela U. P. Mackenzie, SP.
Pós graduada pela PUC SP e FEBRAP. Professora universitária.
É autora de diversos livros, articulista e conteúdista. 
E-mail: luizaricotta@hotmail.com
Página no Facebook: LuizaRicottaConsultoriaemPerformance
Twitter: @luizaricotta