Preto sem preconceito
Por Claudia Nunes
Outro dia indo para o trabalho, vi uma cena que definitivamente está se tornando cada vez mais freqüente. Sempre percebi desde outros tempos, mas a situação está ficando foda!
A dita cena é um cidadão levando uma dura dos "homi", dos "canas", que estão obviamente sendo pagos por nós para assegurar a segurança da população.
Mas o que pode ser considerado população? Vou além um pouquinho, quem consideramos cidadãos?
Uma questão que historicamente vem há séculos se arrastando e piorando a cada dia resultando nessa violência sem limites que agora aflige pobres e ricos que moram nesta pátria amada.
A grande polêmica é: A polícia está ai para proteger quem de quem, contra quem?
Não estou de jeito nenhum indo contra o trabalho destas pessoas ao qual considero um absurdo o salário baixo, um serviço de extrema periculosidade e importância para o funcionamento da sociedade civilizada.
O que me indigna é ver sempre um negro tomando dura, estando certo ou errado. Ele é considerado fora da lei por ser negro e pobre. Temos que tomar consciência que a escravatura já era... Novos tempos, antiga visão (uma pena que ainda seja esta a situação)! Chega de rótulos, pois assim redundamos nessa questão de extrema relevância.
Vejamos um teste simples: Você está caminhando na rua de noite indo para casa, vem passando três caras negros, de bonezinho, todo amarradão, qual o seu primeiríssimo pensamento? Asseguro que é: Putz, dancei... Arrastão...
O medo contamina a essência do seu ser, e o pensamento de que vai ser assaltado apavora e aflora temor de apanhar, perder a vida, ser estuprado...
Meu caro leitor: vou lembrar uma coisa muito importante para você: Não é só negro que tem mau caráter, não é só negro que assalta, não é só negro que mata os outros! Pessoas de qualquer etnia e classe social matam, roubam ou cometem crimes do qual nem imaginamos.
Temos que tirar essa herança cultural perniciosa e macabra de nossas entranhas.
Essa onda de que estamos longe de ser pré-conceituosos nessa questão é uma falácia!
O que dói mais é ver sempre a mesma cena repetindo, a mesma injustiça sendo cometida. É ver um cidadão tendo que explicar que é trabalhador, sendo humilhado em via pública só por ser preto é ingrato demais, é fácil e corriqueiro demais para ser ignorado pela sociedade. Essa mesma sociedade que exige providências a qualquer preço para o caos da violência atual sem solução.
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