Um anti-rugas eficáz
Por Dra. Shirley de Campos
A vitamina C não contribui apenas na prevenção de resfriados, age também no combate ao fotoenvelhecimento da pele. Uma pesquisa brasileira inédita comprovou que este antioxidante reduz os efeitos prejudiciais do sol, como rugas, ressecamento e manchas.
Os resultados mostraram que o uso de cremes à base da vitamina multiplicou os níveis de colágeno - fibras de sustentação da pele - de 2,5% para 10%. O estudo, coordenado pela dermatologista Mônica Azulay, chefe da dermatologia do Hospital Clementino Fraga Filho (UFRJ), foi o primeiro no mundo a medir a quantidade dessa substância. Mas a aplicação só é eficaz se a vitamina estiver na forma de ácido ascórbico.
- Só assim penetra a camada média da pele, a derme, onde o colágeno é produzido - explica Azulay. - A vitamina C possui efeitos antioxidantes, reparando danos causados pelos radicais livres gerados com a exposição solar, estimula a síntese de colágeno, age como clareador cutâneo e diminui o eritema (vermelhidão) criado pelo sol.
Vinte mulheres, com idades entre 40 e 55 anos, foram acompanhadas por seis meses. Por biópsia, coletaram-se fragmentos de pele do rosto no início e no fim do período. Depois, as amostras foram à análise microscópica.
- A absorção da vitamina C, em forma de creme, na pele, é 20 vezes maior do que a vitamina ingerida - afirma a coordenadora do trabalho apresentado em julho, no IV Congresso da Academia Internacional de Dermatologia Cosmética, em Paris.
Uma das vantagens do produto é a facilidade de adesão ao tratamento, porque não precisa ser utilizado diariamente.
- Após atingir a saturação do reservatório da pele, em geral após 3 dias de aplicação, fica agindo no tecido durante quatro dias - garante a dermatologista.
Outro benefício é o tratamento poder ser feito durante verão:
- Não tem os efeitos colaterais do ácido retinóico, substância muito fotosensibilizante e contra-indicada para grávidas. O creme de vitamina C é ideal para quem adora o sol - afirma a diretora da Sociedade Brasileira de Medicina Estética - RJ, Eliane Puppin.
É o caso de Elisabete Blanc, que participou do estudo, que sempre freqüentou a praia. Com 53 anos, nunca teve hábito de usar cosméticos, mas aprovou o creme.
- Em pouco tempo notei que estava com a pele mais lisa e acetinada. Tinha umas manchas discretas que depois do tratamento desapareceram - comenta.
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